Durante uma extensa conferência de imprensa na quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, cada vez mais questionado, por vezes hesitou ou teve dificuldades em completar suas frases, mas também demonstrou domínio de temas internacionais.
Joe Biden enfrenta críticas e dúvidas sobre sua candidatura
Pressionado por uma parte de sua campanha para se retirar depois de um início de campanha falhado, Joe Biden foi posto à prova na quinta-feira, 11 de julho, durante uma longa coletiva de imprensa no final da cúpula da OTAN. Durante este exercício muito aguardado, o presidente dos Estados Unidos mostrou certo domínio dos temas, mas cometeu enormes lapsos que podem não dissipar as preocupações sobre seu estado de saúde. “Estou determinado a ser candidato, mas acho importante acalmar os medos”, reconheceu, prometendo fazer campanha ativamente.
O presidente dos Estados Unidos sob escrutínio
Antigo gago, o presidente americano nunca foi um orador eloquente. Na quinta-feira, às vezes se atrapalhava ou tinha dificuldades em terminar suas frases, mas também demonstrou domínio de temas internacionais, sem notas ou teleprompter. Nada comparável com seu desastroso debate de 27 de junho contra Donald Trump, durante o qual parecia muito confuso e cansado.
“Três exames neurológicos intensos”
Joe Biden repetiu várias vezes que queria “terminar o trabalho” iniciado em 2020, e assegurou que seguiria capaz, se reeleito, de “lidar” com os presidentes chinês e russo, Xi Jinping e Vladimir Putin, dentro de três anos. “Fiz três exames neurológicos intensos e significativos”, feitos por um neurologista, o último “em fevereiro”, lembrou, e “dizem que estou em boa forma”. Mais uma vez, rejeitou as pesquisas desfavoráveis e afirmou que era “o mais qualificado” para vencer em novembro contra seu antecessor republicano.
“Há outras pessoas que também poderiam vencer o Trump, mas é terrivelmente difícil começar do zero”, disse, a quatro meses das eleições presidenciais. O líder democrata, cuja agudeza mental e resistência física são objeto de intensos debates, apenas reconheceu que precisava “cuidar um pouco mais de si”.
Lapsos espetaculares
Joe Biden, habitual nisso, também cometeu lapsos espetaculares na quinta-feira, que imediatamente deleitaram seu rival. Em resposta à primeira pergunta durante a coletiva de imprensa, ele disse: “Não teria escolhido a vice-presidente Trump para ser vice-presidente se não achasse que ela estava qualificada para ser presidente”. Obviamente, ele queria mencionar a vice-presidente Kamala Harris.
“Ótimo trabalho, Joe!”, ironizou Donald Trump em sua rede social Truth. Joe Biden não corrigiu, como havia feito pouco antes, ao cometer outro erro monumental.
Ao falar na cúpula da OTAN em Washington, ele anunciou o “presidente Putin” ao receber o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no palco, antes de corrigir quase imediatamente. “Estou tão concentrado em vencer o Putin!”, justificou-se.
“Todos cometemos lapsos. Aconteceu comigo, provavelmente acontecerá novamente amanhã”, defendeu Emmanuel Macron diante da imprensa ao final da cúpula da OTAN, pedindo “compreensão”.
Vários pedidos de retirada
Muitos democratas duvidam que o presidente americano possa salvar sua candidatura, a poucas semanas da convenção de investidura que será realizada de 19 a 22 de agosto em Chicago. Alguns já disseram publicamente, sem que os apelos para sua retirada sejam massivos ou apoiados por líderes proeminentes do partido.
Segundo o New York Times, a equipe de campanha de Joe Biden e sua companheira de chapa Kamala Harris começaram discretamente a realizar pesquisas sobre as chances da vice-presidente, de 59 anos, contra Donald Trump.
A rede CBS afirma, por sua vez, que muitos legisladores democratas já estão prontos para pedir publicamente uma retirada, assim como a dezena de legisladores que já o fez. Em uma pesquisa da Ipsos divulgada na quinta-feira pelo Washington Post e ABC, 67% das pessoas entrevistadas consideram que o presidente americano deveria retirar sua candidatura. Entre os eleitores democratas, essa é também a opinião predominante, com 56%.
Fonte do artigo: Francetvinfo
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